Algumas pessoas passam, hoje em dia, uma grande quantidade de seu tempo na busca do equilíbrio interior. Seja entre as páginas dos títulos de auto ajuda de qualquer livraria -os primeiros nas listas dos livros mais vendidos, sempre - seja por outros meios menos em conta, que podem incluir a visita a um terapeuta ou algumas aulas semanais de ioga.
A beleza é fugaz, frágil. Ás vezes, tênue como a passagem de um anjo, ou como um beijo, só descoberta depois que o instante aconteceu, visível em um fragmento de segundo apenas por quem acredita nela. Por quem a procura. Há quem diga que ela pode estar apenas no conceito de verdade, como imaginava Platão.
Ou, em um gesto, uma atitude, como acreditava Aristóteles. Ou, ainda, no perfeito equilíbrio das proporções e na impecável ordem de simetria, como a descreveu Jonh Ruskin. Tanto faz. Para mim, tudo pode estar resumido, como ponto de partida, no dito popular " de quem ama o feio, bonito lhe parece ". A câmara fotográfica é apenas o instrumento que registra o que meus olhos querem ver.
Novo Testamento
E é a generosidade do olhar e a serenidade do espírito que me ajudam a contemplar o mundo. O cineasta alemão Win Wenders fez questão de escrever na abertura de Asas do Desejo, o filme em que narra a disputa entre o efêmero e o divino, algumas linhas do novo testamento:
" A luz do corpo é o olhar. Se o olhar for limpo, o corpo inteiro estará cheio de luz. Mas se o olhar for mau, o corpo inteiro estará cheio de escuridão " (Mateus, 6,22).
Texto de J. R. Duran, considerado pela crítica especializada como o melhor fotográfo de moda do país, pág. 69-Revista Tam nas Nuvens.
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