segunda-feira, 20 de julho de 2009

O que é ser belo!

Algumas pessoas passam, hoje em dia, uma grande quantidade de seu tempo na busca do equilíbrio interior. Seja entre as páginas dos títulos de auto ajuda de qualquer livraria -os primeiros nas listas dos livros mais vendidos, sempre - seja por outros meios menos em conta, que podem incluir a visita a um terapeuta ou algumas aulas semanais de ioga.

A beleza é fugaz, frágil. Ás vezes, tênue como a passagem de um anjo, ou como um beijo, só descoberta depois que o instante aconteceu, visível em um fragmento de segundo apenas por quem acredita nela. Por quem a procura. Há quem diga que ela pode estar apenas no conceito de verdade, como imaginava Platão.

Ou, em um gesto, uma atitude, como acreditava Aristóteles. Ou, ainda, no perfeito equilíbrio das proporções e na impecável ordem de simetria, como a descreveu Jonh Ruskin. Tanto faz. Para mim, tudo pode estar resumido, como ponto de partida, no dito popular " de quem ama o feio, bonito lhe parece ". A câmara fotográfica é apenas o instrumento que registra o que meus olhos querem ver.

Novo Testamento

E é a generosidade do olhar e a serenidade do espírito que me ajudam a contemplar o mundo. O cineasta alemão Win Wenders fez questão de escrever na abertura de Asas do Desejo, o filme em que narra a disputa entre o efêmero e o divino, algumas linhas do novo testamento:

" A luz do corpo é o olhar. Se o olhar for limpo, o corpo inteiro estará cheio de luz. Mas se o olhar for mau, o corpo inteiro estará cheio de escuridão " (Mateus, 6,22).



Texto de J. R. Duran, considerado pela crítica especializada como o melhor fotográfo de moda do país, pág. 69-Revista Tam nas Nuvens.

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