sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Esquiva como um gato!


Para que ninguém a quisesse.


" Porque os homens olhavam demais para sua mulher, mandou que descesse a bainha dos vestidos e parasse de se pintar. A pesar disso, sua beleza chamava a atenção, e ele foi obrigado a exigir que eliminasse os decotes, jogasse fora os sapatos de saltos altos. Dos armários tirou as roupas de seda, da gaveta tirou todas as jóias. E vendo que, ainda assim, um ou outro olhar viril se acendia à passagem dela, pegou a tesoura e tosquiou-lhe os longos cabelos.

Agora podia viver descansado. Ninguém a olhava duas vezes, homem nenhum se interessava por ela. Esquiva como um gato, não mais atravessava praças. E evitava sair.

Tão esquiva se fez, que ele foi deixando de ocupar-se dela, permitindo que fluísse em silência pelos cômodos, mimetizada com os móveis e as sombras.

Uma fina saudade, porém, começou a alinhavar-se em seus dias. Não saudade da mulher. Mas do desejo inflamado que tivera por ela.

Então lhe trouxe um batom. No outro dia um corte de seda. À noite tirou do bolso uma rosa de cetim para enfeitar-lhe o que restava dos cabelos.

Mas ela tinha desaprendido a gostar dessas coisas, nem pensava em lhe agradar. Largou o tecido em uma gaveta, esqueceu o batom. E continuou andando de vestido de chita, enquanto a rosa desbotava sobre a cômoda".

Marina Colassanti- Escritora.


Fonte: Contos de amor rasgados. Rio de Janeiro: Rocco, 1986, P. 111-2.


Dizer o que??????????

domingo, 2 de dezembro de 2012

Forma de amar!

" Tratar as mulheres com inteligência não é forma de amar, mas de deixar-se amar".

Amiel.

Verdade!

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Educação em sentido amplo!

" A educação deve formar personalidades humanas e fazer com que os alunos se apropriem da cultura em sentido amplo: ciência em todos os tipos de arte. "


VICTOR PARA-Professor titular da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo(USP).
Fonte: Revista Nova Escola, março de 2012, pág. 18.


Contemporânea a afirmação do Professor, pois assim ajuda a afastar o entendimento de que educação, é apenas o ato de "ensinar" a ler e a escrever, se põe além da decifração dos códigos linguísticos. A educação é fundamental para consolidar os valores de nossa Cultura e firmar convicção na criação e fortalecimento de uma Nação próspera, desenvolvida e lastreada nos valores da solidariedade, do respeito mútuo, da convivência harmoniosa e pacífica, econômica e socialmente partilhada na comunhão do fruto da riqueza construída coletivamente. E que seja fundamentalmente sustentável e inclusiva.

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

A mídia sempre pré-julga!

" A mídia sempre pré-julga. E no caso do mensalão, pré-julgou. A pessoa que corresponde às expectativas da mídia passa a ser o herói nacional e quem não corresponde passa a ser o vilão. Esse é um problema muito sério, que se vê, sobretudo em casos criminais. O mensalão é um caso criminal, de pressão da mídia que forma a opinião pública. Não é a pressão da opinião pública, porque a opinião pública é manejada pela mídia. Eu não estou querendo defender a posição do relator ou do revisor, porque eu não conheço o processo. Mas nos casos criminais do Brasil, o que é proibido em outros países, a mídia condena sem processo e dificilmente absolve ".


Pura verdade!

Ada Pellegrine Grinover - Processualista e Professsora da Faculdade de Direito da USP.

Trecho da entrevista publicada no dia 21 de outubro de 2012(www.conjur.com.br).

sábado, 20 de outubro de 2012

O Capitalismo é anticristão!

" Em primeiro lugar, o capitalismo é antivida. Ele assassina as vidas humanas para acumular. Para que alguns tenham qualidade de vida, muitos devem ter péssima qualidade de vida. E isso é injusto. E tudo o que vai contra a vida acaba sendo contra aquele que disse: " Eu vim trazer vida e vida em abundância ". Por isso é anticristão. E isso custou muito aos cristãos reconhecerem, porque as igrejas se instalaram muito bem dentro do sistema capitalista. A igreja teve dificuldades de condenar, pois o capitalismo não nega a Igreja, nem nega a religião. Pelo contrário, defende a Igreja e a moral. Só que, na prática, nega tudo isso. E essa é a grande ilusão da Igreja, pois o capitalismo passa por cima de todo mundo, sem solidariedade. Nele, só o forte ganha ".


Leonardo Boff.

domingo, 14 de outubro de 2012

Você merece o melhor!

Não pare no meio do caminho, mas aprenda a transformar os obstáculos em oportunidades. As pedras constroem verdadeiros castelos se você souber organizá-las uma a uma com paciência e determinação. Aproveite-as para construir um futuro sólido e seja muito feliz. Não desista dos seus objetivos, siga em frente. Nunca é tarde quem caminha com Deus. Você merece o melhor. (mensagem de autoria não identificada)


Mensagem dedicada ao Camarada João Oliveira, que em breve estará prontamente restabelecido e no meio de nós, em especial de seus familiares.


Saúde plena e Longa Vida!

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Em defesa dos trabalhadores e do meio ambiente

Editorial publicado no Portal Vermelho no último dia 6 de junho.

Editorial

Às vésperas do início da Conferência da ONU Sobre Desenvolvimento Sustentável (a Rio+20), a comemoração na terça-feira (5) do Dia do Meio Ambiente exige uma reflexão mais profunda.
A Conferência da ONU ocorre 20 anos depois do encontro pioneiro realizado no Rio de Janeiro em 1992; propõe-se a fazer um balanço do que se fez no período; e tem a ambição de alcançar a aprovação de novos paradigmas de desenvolvimento que seriam ambientalmente mais corretos e aceitáveis.

Entretanto, há uma contradição que a experiência recente de reuniões internacionais sobre o tema mostra ser insanável, acumulando impasses ao longo dos anos, e que poderá repetir-se no encontro deste ano: enquanto a ONU, as agências internacionais e os governos dos EUA e da Europa enfatizam os aspectos financeiros e econômicos das medidas que querem ver aprovadas (a chamada “economia verde” que vem de mãos dadas com a proposta de uma “governança global” que ameaça a soberania dos povos), países como Brasil, China, Índia e inúmeros outros exigem, em oposição às imposições de caráter imperialista dos países ricos, o reconhecimento, com plenas consequências, de seu direito ao desenvolvimento.

Um mundo desmorona neste inicio de século – o mundo desigual e injusto construído pelas potências colonialistas e imperialistas nos últimos séculos, que colocou no comando os povos do norte do planeta e, entre eles, as camadas mais ricas de suas populações.

A antevisão deste desmoronar, desenhado no horizonte geopolítico já em meados do século 20, mascarou-se com o verde de uma alegada defesa ambiental para disfarçar, sob um manto aceitável (a proteção do meio ambiente) e de uma ameaça que poderá atingir a todos (a falência do planeta), a pregação da contenção do desenvolvimento – o desenvolvimento zero de tantos ambientalistas – e, assim, congelando o status quo do poder global, assegurar a manutenção do sistema capitalista e das estruturas imperialistas do poder mundial.

As profundas contradições inerentes ao sistema capitalista dominante movem esta ambição de contenção do desenvolvimento dos povos. O capitalismo, mostrou Karl Marx, é duplamente antagônico: ele explora igualmente a natureza e a força de trabalho, sendo fator de degradação destas duas únicas fontes da riqueza existente. Da mesma maneira como espolia os trabalhadores, o modo de produção capitalista e as imposições de produção e de consumo desenfreado que o acompanham, são os principais fatores da destruição ambiental. Não é o homem abstrato da propaganda ideológica que destrói a natureza: o autor desta façanha é a forma de viver, produzir e consumir predatórias, sob comando do capital, e submetidas à sua voracidade por ganhos ilimitados e cada vez mais concentrados, gerando riqueza inaudita num polo e desemprego, pobreza e desalento para a imensa maioria.

Aquele ser humano que Marx definiu, há mais de século e meio, como um ser natural que tinha a natureza como seu corpo inorgânico, aparece separado e como se fosse antagônico a ela na sociedade burguesa. Sob o capitalismo aquela relação essencial entre a natureza e seres humanos foi rompida da mesma maneira como, ao transformar a força de trabalho em mercadoria que é vendida a troco de um salário, o capitalismo rompeu a unidade do homem consigo mesmo, tornando-o alheio (alienado, escreveu Marx) em relação à sua própria atividade produtiva e à riqueza que ela cria que, deixando de ser social, passa a ser objeto de apropriação privada dos donos do capital. É no capitalismo que a cisão entre natureza e seres humanos é mais completa. Esta é a realidade que faz da superação do capitalismo e da conquista do socialismo uma necessidade para a reconciliação entre os homens e a natureza.

E que faz da ciência social fundada por Karl Marx – o marxismo – o valioso instrumento para a formulação de uma política de proteção do meio ambiente que defenda os trabalhadores na luta por um mundo novo que vá além das mazelas do capitalismo.

Fonte: Portal Vermelho

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Código Florestal: os vetos de Dilma

Abaixo, reproduzo na íntegra editorial, publicado em 30 de maio no Portal Vermelho, sobre os vetos da presidente Dilma ao Código Florestal.

Editorial

O debate sobre o novo Código Florestal entrou em outro patamar após o anúncio dos vetos da presidente Dilma Rousseff: ficaram mais explícitos os motivos das resistências contra as mudanças que, antes, vinham embalados na tese da defesa do meio ambiente.

De um lado estão o agronegócio e seus representantes no Congresso Nacional, em geral políticos de direita, que expõem as razões econômicas de sua oposição e a defesa dos interesses dos grandes empresários rurais. Alegam, principalmente os prejuízos que a obrigação de restaurar áreas que foram desmatadas antes de 22 de julho de 2008, afetando a rentabilidade empresarial com – dizem – impacto no custo de vida.

Do outro lado, muitos ambientalistas apegam-se ao “Veta, Dilma”, compreendido de forma estreita como a rejeição completa do Código Florestal, deixando o país sem um marco legal atualizado para a proteção das matas, rios e nascentes. Eles insistem na tese controversa de uma quase “intocabilidade” das matas e do meio ambiente, com reflexos negativos no desenvolvimento econômico do país.

Os cortes feitos pela presidente restauram o espírito original do Código Florestal aprovado pela Câmara dos Deputados a partir do relatório apresentado pelo deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP) e modificado em diferentes pontos após a tramitação no Senado.

A aprovação pela Câmara dos Deputados, em abril, do relatório do deputado Paulo Piau (PMDB-MG), ligado à bancada ruralista, significou um retrocesso em relação ao projeto referendado pelo Senado, originário da proposta relatada por Aldo Rebelo. As alterações promovidas pelo relator Piau desfiguraram aquela proposta que foi construída a partir de uma difícil engenharia política que contemplou os vários pontos de vista envolvidos e criou um corpo legal capaz de amparar a produção, resguardar as exigências da proteção da natureza e defender a soberania nacional.

Entre os vetos da presidente Dilma, os ruralistas se opõem principalmente a dois. O primeiro diz respeito ao artigo 1º, desfigurado pelo relatório de Paulo Piau, que reduziu a abrangência do Código Florestal a um instrumento disciplinador da atividade rural. Dilma vetou e manteve a ideia original do Código Florestal como uma lei impositiva de proteção de florestas, rios e nascentes.

A outra controvérsia principal diz respeito ao artigo 61, que regula as Áreas de Proteção Permanente (APPs). Um primeiro aspecto diz respeito à chamada “anistia” aos que desmataram áreas de preservação permanente até 22 de julho de 2008, e à continuidade de atividades empresariais nessas áreas eliminando, segundo o governo, “a possibilidade de recomposição de uma porção relevante da vegetação do país". Outro aspecto restringia a abrangência das áreas de recomposição de vegetação ao longo de cursos d’água. Ao vetar o artigo 61, o governo restabeleceu os critérios originários da proposta, que beneficia as pequenas propriedades de agricultura familiar exigindo delas uma recomposição obrigatória menor. E estabelece critérios mais rigorosos de recomposição das matas à beira de cursos d’água para propriedades médias e grandes.

Outro corte importante feito pela presidente fortaleceu a exigência do Cadastro Ambiental Rural, amenizada pelo relatório Piau. O projeto de Código Florestal aprovado pela Câmara e referendado pelo Senado previa a obrigação deste cadastramento para a regularização ambiental e também para a obtenção de crédito agrícola. O relatório Piau amenizou a exigência, abolindo-a como condição de acesso ao crédito agrícola; em consequência, esta exigência passava literalmente a ser letra morta. A formação de um cadastro nacional das propriedades fundiárias vem sendo tentada desde o Império, pois é um registro necessário para o conhecimento da situação das terras no país, principalmente das terras devolutas, que são propriedade pública. É um instrumento regulador do qual os latifundiários sempre fugiram, o que explica a rejeição contra esta exigência por parte da bancada ruralista e do relator Paulo Piau.

Os cortes da presidente Dilma ao Código Florestal aprovado pela Câmara dos Deputados em abril não encerram os debates sobre a matéria, mas recolocam a disputa num outro nível onde ficam expostos os interesses em jogo.

As forças progressistas precisam estar atentas à nova etapa do debate. Desenvolvimento sustentado com proteção das florestas e da natureza – esta é a consigna que precisa ser defendida. Nem santuarismo nem produtivismo predatório, mas a equilibrada adequação entre as necessidades da produção, a defesa do meio ambiente e o respeito à soberania nacional. A proposta original de um novo Código Florestal, que começou a ser elaborada na Câmara dos Deputados em 2008, estava baseada neste tripé. E é ele que precisa continuar orientando o debate daqui para a frente.

Fonte: Portal Vermelho

domingo, 3 de junho de 2012

sábado, 21 de abril de 2012

Era abril de 1935!

Foi através da Aliança Nacional Libertadora/ANL que João Amazonas conheceu o Partido Comunista do Brasil-PCdoB. Ele mesmo narrou este histórico encontro:


" Eu trabalhava todos os dias da semana(...). Num domingo, cheguei em casa, era abril de 1935. Como de costume fui me deitar depois do almoço. Levei o jornal, deitei-me na rede e comecei a ler. De repente, li: " A Aliança Nacional Libertadora é comunista". E dava uma notícia sobre um comício que a ANL tinha feito no Rio de Janeiro e que havia sofrido intervenção da polícia. mais embaixo havia uma notinha que dizia: " Hoje comício da ANL no Largo da Pólvora - Belém". Aí eu desisti de dormir. Botei o jornal de lado, me vesti e fui correndo para o comício. Devia ser umas das 4 horas da tarde. Chegando lá não havia muita gente; umas 100 a 150 pessoas. Puxei o paletó de um cara que estava falando e perguntei onde ficava aquilo. Ele me deu o endereço> No outro dia, saí da fábrica às 7 horas da noite e fui imediatamente para o local. (...) E ali apareceu o Dalcídio Jurandir, que me perguntou se eu não queria entrar para a juventude comunista. E eu disse que sim, mas que estava lá para entrar para o partido (...) Passei uns 15 dias na juventude e eles resolveram que eu deveria entrar no partido, pois trabalhava n8uma fábrica que tinha muitos operários. Então saí da juventude e entrei para o partido. Desde esse momento, não dei outro passo na vida que não fosse no mesmo caminha do movimento revolucionário."


Viva o pensamento revolucionário de João Amazonas!



Trecho da Obra João Amazonas(1912-2002), publicado pelo Senado Federal/2012, pág. 23.

domingo, 25 de março de 2012

PCdoB: O Partido do Socialismo!

" O PCdoB  é o partido que tem a cara da luta pela liberdade"


Renato Rabelo-é Presidente Nacional do Partido Comunista do Brasil.


Para a democracia, para as liberdades, para a soberania e em busca da prosperidade material e cultural do nosso povo, o PCdoB chega aos seus 90 anos, afirmados em princípios dígnos da luta pela transformação da sociedade e fundamentalmente rejuvenescido de uma concepção moderna e contemporânea do papel do Partido Comunista em uma sociedade de classes, explorada pelo capital, contraditória e excludente, limitada em sua democracia burguesa.

Aos Homens e Mulheres, ao povo que nos acolheu nas mais difíceis batalhas e momentos de nossa história, nossa especial e reconhecedora gratidão solidária e classista dos que construíram o Partido e dos que até aqui o conduziram em seus 90 anos de acertos e de erros, mas de resoluto e inabalável compromisso com os Trabalhadores, com as Mulheres e com a Juventude, com o Brasil, com a nossa Nação.

Nada, nada nos impediu de chegar até, como nada, nada mesmo nos impedirá de chegar ao nosso objetivo maior, tudo, tudo mesmo nesta luta é apenas questão de tempo e de condições. Assim seguiremos a nossa saga.

Assim está posicionado o PCdoB em sua longa caminhada: consciente do papel transformador a que se propôs em 25 de março de 1922, o de lutar permanentemente pela construção de uma sociedade de novo tipo: O SOCIALISMO!


Viva o Partido Comunista do Brasil!
Viva os seus heróis e heroínas,  lutadores e lutadoras!
Viva o Povo brasileiro!
Viva o Socialismo!


De mãos dadas e aliançados com o povo seguimos na caminhada da luta e da vida!



Parabéns e longa vida ao Partido dos Comunistas, o PCdoB!

quinta-feira, 22 de março de 2012

Ser Comunista - 90 anos do PCdoB - 2ª Frase.

"A história do PCdoB é uma história de coragem e de determinação, porque mesmo na clandestinidade eles souberam honrar os compromissos com o nosso país".


Declaração da Deputada Federal e líder do Partido Socialista Brasileiro-Sandra Rosado(PSB/RN), por ocasião do ato político solene de comemoração do aniversário dos 90 anos do Partido Comunistas do Brasil-PCdoB, realizado(22/03) na Câmara Federal-Brasília-DF.

segunda-feira, 19 de março de 2012

Ser Comunista - 90 anos do PCdoB -1ª Frase.

"Enquanto existir miséria e opressão, ser comunista é a solução".

Oscar Niemeyer, arquiteto e comunista.

domingo, 18 de março de 2012

Dispensarei as rosas!

Grito


Não. Não sairei sem grito.
Minha voz nesse dia subirá.
E eu erguerei também.
Solitária.
Definida.

As portas adormecidas abrirão passagem para o mundo.

Meus sonhos, meus fantasmas,
meus exércitos derrotados,
sacudirão o exército de coração
e as máscaras de piedade compungidas.
Dispensarei as rosas, as violetas,
os absurdos véu sobre mu rosto.

Serei eu mesma.
Estarei inteira sobre a mesa.
As mãos vazias e cripadas,
olhos acordados,
a boca vincada
de amargor.

Não. Não irei sem grito.

Abram as portas adormecidas,
levantem as cortinas,
abaixem as vozes-
e as máscaras-
que eu vou sair inteira.Eu mesma. Solitária.
Definida.

(O Grito, de O Coração Descoberto - 1961).



Lila Rippol-poeta gaúcha - militante Comunista.



A seleção desta poesia foi de Lúcia de Fátima(Lucinha....... lá de Caicó/RN). Valeu pela colaboração.

terça-feira, 13 de março de 2012

Mulheres do Brasil - 36ª

Mulheres que contribuíram para a formação e o desenvolvimento do Brasil.



Auta de Souza (1876-1901) Poetisa


Nasceu em 12 de setembro de 1876, na cidade de Macaíba, litoral do Rio Grande do Norte. Negra, era a única menina dos quatro filhos de Henriqueta Leopoldina e Eloi Castriciano de Sousa. Seu pai era um próspero comerciante local e líder do Partido Liberal.

Quando seus pais morreram, Auta ainda não havia completado seis anos. Foi criada por sua avó materna, Silvina de Paula Rodrigues, a Dindinha. Frequentou o colégio São Vicente de Paula, de freiras francesas, em Recife, onde se destacou como a primeira aluna da turma e recebeu todos os prêmios escolares. Culta, apreciava a leitura dos clássicos, como Bossuet, Fénelon, Chateaubriand, Victor Hugo e Lamartine.

Aos 14 anos contraiu tuberculose e retornou para a cidade natal, junto com sua avó e seus três irmãos, à procura de clima seco para curar a doença. A partir daí, a vida de Auta foi uma longa peregrinação pelo Nordeste, na busca de bons ares. Na adolescência, começou a escrever versos e, com o tempo, intensificou sua produção literária.

No ano de 1894, Auta iniciou sua colaboração na revista o Oásis, editada em Natal/RN,assinando seus versos com os pseudônimos de Ida Salúcio e Hilário das Neves. Dois anos depois, começou também a escrever na revista A República. Em 1897, colaborava assiduamente com o jornal A Tribuna, órgão do Congresso Literário e, no mesmo ano, reuniu os versos feitos de 1893 até aquela data, numa coletânea que intitulou Dhálias, mas não publicou.

Ainda em 1897, um agravamento da tuberculose fez Auta viajar para a serra da Raiz, na Paraíba, onde permaneceu por um ano. Durante esse tempo, aproveitou para escrever novas poesias. Em 1899, colaborou com as revistas Oito de Setembro e Revista do Rio Grande do Norte, ambas editadas em Natal. No ano seguinte, fez a seleção dos melhores poemas que escrevera desde 1893, inclusive alguns da coletânea Dhálias, para concluir o único livro que publicou na vida, intitulado Horto. Um de seus irmãos, Eloi, entregou a versão original do livro ao poeta Olavo Bilac, que escreveu o prefácio, sendo a obra finalmente publicada em 1900. No ano seguinte, a doença a venceu, Auta faleceu no dia 7 de fevereiro de 1901, com apenas 24 anos.

O livro de poemas Horto ganhou mais duas edições, uma em 1911 e outra, prefaciada por Alceu Amoroso Lima - o Tristão de Ataíde - em 1936. Em 12 de setembro de 1925, foi fundado o Grêmio Lítero-Musical Auta de Souza, na Escola Doméstica de Natal.


Fonte: Afrânio Coutinho. Enciclopédia de literatura brasileira; Luiz da Câmara Cascudo, Vida breve de Auta de Souza, 1876-1901; Maria Lúcia de BarrosMott, " Escritoras negras resgatando nossa história". Papéis avulsos nº 13; Maria T. C. Crescente Bernardes, Mulheres de ontem? www.criola.ong.org



sábado, 11 de fevereiro de 2012

Ora me queres, ora me deixas!

Para Soraia Vice-Diretora do FLOCA.


Alô!!!


Minha amada.
Por que me tratas assim?
Ora me queres!
Ora me deixas!
Quando precisas,
perguntas por mim,
vem ao meu encontro
 E ficas agarradas a mim,
Quando não precisas
Deixas-me ao relento, Mandas que eu procure outras.
Cansa-se de mim. Mas saiba que eu fui feito
Para você.
Quero te falar!
Quero te ouvir!
Sou eu, o teu amado,
O telefone!



O autor desta poesia é o servidor público Cielmir, que exerce suas funções na Escola Est. Des. Floriano Cavalcante(FLOCA), em Natal/RN. O autor dedicou esta poesia pelo fato de que o telefone chamava bastante, chegando mesmo a incomodar, o que ao invés de criar dificuldades, transformou em aproximação, "virando" até poesia.

Soraia Cristina, é professora das redes municipal(Natal) e estadual(RN) de ensino, atualmente exerce o mandato de Vice-Diretora do FLOCA. É pós-graduada em matemática.



Além da inspiração poética o autor revela bom senso de humor.



Parabéns!

sábado, 21 de janeiro de 2012

Mulheres do Brasil - 35ª

Mulheres que contribuíram para a formação e o desenvolvimento do Brasil.


Carolina Nabuco (1890-1981) Escritora.


Nasceu na cidade do Rio de Janeiro, em 1890. Era filha mais velha do político, abolicionista, escritor e diplomata Joaquim Nabuco. Consagrou-se por seu estilo simples e erudito, rico e profundo em conteúdo.

Sua primeira obra foi a biografia do pai. A vida de Joaquim Nabuco, concluída em 1929, após oito anos de dedicação. Muito elogiada pela crítica, a primeira edição esgotou-se em menos de um mês. O livro redeu-lhe um movimento na Academia Brasileira de Letras, liderado pelo poeta e acadêmico Alberto de Oliveira, para elegê-la membro da Casa. Carolina, considerando que a Academia, nos termos do estatuto, era reservada apenas a escritores, não aceitou o convite formalizado pessoalmente pelo poeta.

Como romancista, ganhou notoriedade com A Sucessora(1934), uma trama psicológica ambientada no Rio de Janeiro no início do século. O livro despertou curiosidade e dez especial sucesso com uma polêmica de que teria sido plagiado pela autora de Rebecca, um best-seller da escritora inglesa Daphne du Maurier, que foi levado às telas de cinema por Hitchcock. Segundo a própria escritora em Oito décadas, sua autobiografia(1973), " poucas dúvidas puderam subsistir a este respeito, após o caso haver sido amplamente estudado por Álvaro Lins, num dos seus famosos rodapés de crítica literária.(...)Pouco depois, apareceu um artigo no New York Times Book Review, ressaltando as coincidências existentes entre Rebeca e A Sucessora" e reafirmando o plágio feito pela inglesa. Anos mais tarde, o romance ganhou uma versão para TV, numa telenovela produzida pela Globo.

Oito décadas é mais que um simples livro de memórias; é um testemunho de uma época. Carolina fala dos costumes, da evolução da política brasileira e de suas impressões dos acontecimentos e personalidades que marcaram um período decisivo na história da humanidade: Einstein e a relatividade, Freud e o subconsciente, Duchamp e a arte abstrata, os avanços na medicina, a Segunda Guerra Mundial e muitos outros.

As outras obras da escritora incluem o romance Chama e cinzas (1974), a biografia A vida de Virgílio de Melo Franco (1962) e um ensaio sobre a literatura americana, Retrato dos Estados Unidos à luz de sua literatura (1967).


Fontes: Carolina Nabuco, Oito décadas; Arquivo da família. Colaboração especial de Cláudio Manuel Nabuco.

domingo, 8 de janeiro de 2012

Voto: de acordo com a consciência!

" A prática de mendigar votos é absurda, perniciosa e está em completo desacordo com os verdadeiros princípios do governo representativo. O voto dos eleitores não deve ser pedido nem dado, como um favor pessoal. É tanto do interesse dos constituintes escolher bem, quanto pode ser do interesse do candidato ser escolhido. Pedir a um homem de bem que vote de acordo com a sua consciência é um insulto ".


Declarações se não contextualizadas, é pouco possível se compreender na época em que configuramos a  "Democracia" tendo o voto como maior expressão do decisório popular. O trecho acima, é a fala de um dos mais Ilustres brasileiros - Joaquim Nabuco, que na campanha de 1881 não consegue se reeleger à Câmara dos Deputados (Império).



Joaquim Nabuco, Advogado, intelectual, militante político, Deputado Federal, escritor, notabilizando-se pela luta contra a escravidão e abolicionista. Nascido aos 19 de agosto de 1849(Pernambuco/Brasil) e faleceu aos 17 de janeiro de  1910(Washington/E.U.A).


Viva Joaquim Nabuco e a luta pela abolição da exploração do modelo capitalista e da destruição da natureza.


Fonte: A vida dos grandes brasileiros-Edições Isto É.