segunda-feira, 31 de maio de 2010

O voto e democracia!

A turma concluinte do Curso de Direito da UFRN/Ceres/Caicó e a OAB, promoveram o II Seminário Jurídico-Eleitoral no período de 27 a 29 do mês em curso, o palco foi o teatro Adjuto Dias, situado no antigo fomento de Caicó.

Muitos doutores, mestres, estudantes e expectadores de experiências e formações diversas estiveram presentes, alguns participando e outros apenas registrando suas presenças, nem se caraterizar como desfile pode, tendo em vista as rápidas passagens e pouca iluminação produzida no ambiente.

O debate no Centro Cultural mostrou que os debatedores, como também o público ainda estão distantes do que preconiza a norma legal disciplinadora das disputas eleitorais e seus mais variados mecanismos. Tudo é feito em busca do voto, vamos dizer assim, é o objetivo final de todo processo. A urna é a grande depositária de dias, meses e anos de muito trabalho e esforço de manutenção ou renovação de espaços de poder a serem ocupados tanto no governo como no parlamento. É assim, que se mantém o vigor democrático do nosso Estado Democrático de Direito.


Rui Barbosa: duas disputas e duas derrotas.

Rui Barbosa, em certo momento de sua trajetória, disse: 
"Voto quer dizer seleção, ato deliberativo, exercício da vontade senhora de si mesma. Voto escravo, ou escravidão votante, são monstruosas antologias, antinomias grosseiras, associações de temas incompatíveis ".

Identificado com a campanha civilista, Rui Barbosa disputou à presidência da república em duas ocasiões, sendo derrotado em ambas, mesmo com sua forte eloquência de conteúdo acima dos padrões da intelectualidade da época, não foi possível ser entendido, ou mesmo ouvido, visto que o peso da estrutura da máquina de Estado fartamente utilizada na disputa foi decisiva para impedí-lo de chegar ao poder central na condição de presidente da república.


Financiamento público

A disputa eleitoral prevista no calendário da chamada democracia brasileira, está ficando cada vez mais cara, a compra do voto e o aliciamento eleitoral exercido por diversas formas, se constitui numa ameaça ao frágil processo democrático, que tem no voto a sua principal expressão da chamada vontade popular. Os detentores de fartos recursos compram e se elegem, inclusive sendo legitimados por um conjunto de legislações que apenas oficializam a deformação praticada na captura e no curso da disputa pelo voto.

O dinheiro continua a desfigurar o processo democrático, subjugando o interesse popular aos interesses do dinheiro, promovendo pessoas aos espaços públicos com nítido interesse particular. Nesta disputa não se considera e nem se aplica o princípio da isonomia, que deve funcionar apenas como princípio e não como efetiva oportunidade de igualdade dos que disputam os espaços públicos.

Assim, é possível dizer que os espaços da república nada mais é do que coisa privada, apropriada pelos detentores de recursos públicos em benefício pessoal e de grupos particulares.

O financiamento público de campanha pode se constituir num remédio de efeito bastante positivo para oxigenar os pleitos eleitorais e garantir certa isonomia na disputa dos espaços republicanos.

O modelo e a forma estão comprometendo a vida democrática e deformando as suas representações, seja no executivo ou no legislativo.


Acredito que o momento é bastante propício para tais reflexões.


Nossos parabéns aos promotores do Seminário.

terça-feira, 25 de maio de 2010

Eu quero sempre um novo dia!

Vida


Eu sou o tempo livre, leve
que descreve infinitas poesias
antigas ou modernas
noites de lua ou sol de belos dias.
Eu quero sempre um novo dia!

Rever o passado bom
inverter o mal passado
beijos, bocas, palavras
eternos toques
intocáveis presentes...
rastro do futuro na mente
onde o corpo é rei e vassalo.

Deus, dono perfeito
entra, escreve nos meus versos
letras misturadas que me traduzem
iluminada, lendo-me sua
metade, amante, guerreira...
Eu, a própria natureza!



Fonte: Destinto Reverso-Getúlio Moura-Atelier-Macau/RN, pág. 25.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Política de Desenvolvimento do Brasil Rural!

O princípio da Democracia.



É um documento em que apresenta a Política de Desenvolvimento do Brasil Rural(PDBR), elaborada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável(CONDRAF), resulta dos debates e elaborações acumulados em seus dez anos de existência que culminaram em junho de 2008, em Olinda, pernambuco, na I Conferência Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável e Solidário - I CNDRSS.

Esta política de desenvolvimento apresenta à sociedade brasileira um conjunto de estratégias e ações capazes de contribuir para a afirmação de um novo papel para o rural na estratégia do desenvolvimento nacional e a consolidação de uma vida dígna às populações que optaram por trabalhar e viver nas àreas rurais do país.


A proposta de POLÍTICA DE DESENVOLVIMENTO DO BRASIL RURAL, foi aprovada pelo Condraf no dia 24 de fevereiro de 2010.

O documento aprovado está assentado em sete princípios, quais sejam: democracia; sustentabilidade; inclusão; diversidade; soberania; igualdade e solidariedade.

Aproveitamos a oportunidade para resaltar a importância do Documento e publicar um comentário acerca de um dos princípios estruturantes da (PDBR), o princípio da Democracia.


" As raízes autoritárias presentes na cultura nacional precisam ser superadas por meio do estímulo à construção e consolidação de novas relações políticas. A ampliação do processo de democratização da democracia brasileira é um desafio permanente da ação política das organizações da sociedade civil e das instituições públicas do Estado. A implementação da Política de Desenvolvimento do Brasil Rural pretende criar condições para a incorporação do princípio democrático nos diferentes espaços sociais da vida rural ".



João Torrens, é sociólogo e membro do Condraf e do Departamento de Estudos Sócios Econômicos Rurais - DESER. Curitiba-Paraná.




Indiscutivelmente, a construção de Um Novo Projeto Nacional de Desenvolvimento para o Brasil passa necessariamente por um olhar diferenciado para o campo brasileiro, o rural que foi sempre objeto de preconceito e de substimação, de oportunidades reduzidas e de poucos investimentos em sua infra-estrutura, de hábitos e cultura poucos reconhecidos e valorizados por uma elite que apenas modernizou os instrumentos, mas que mantém a concepção e o modo de tratar as coisas e principalmente as pessoas como se ainda estivessemos na fase pré-colonial.


Como membro do Condraf, representando a Associação Nacional dos órgãos Estaduais de Terra - ANOTER, participei e pude contribuir com as discussões e elaboração do referido documento.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Mulheres do Brasil - 21ª

Mulheres que contribuíram para a formação e o desenvolvimento do Brasil.


Ana Néri(1814-1880)

Heroína, precursora da enfermagem na Guerra do Paraguai.


Ana Justina Ferreira Néri nasceu aos 13 de dezembro de 1814 na então Vila da Cachoeira do Paraguassu ou Vila de Nossa Senhora do Rosário de Cachoeira(BA), na antiga rua da Matriz, atualmente rua Ana Néri. Era filha de Luísa Maria das Virgens e de José Ferreira de Jesus. Casou-se com o oficial de marinha capitão-de-fragata Isidoro Antonio Néri, que faleceu em 1844 a bordo do brigue Três de Maio, no Maranhão.

Quando irrompeu a Guerra do Paraguai, em dezembro de 1864, Ana morava em Salvador com os filhos Isidoro Antônio, Antônio Pedro e Justiniano. Em 8 de agosto de 1865, enviou ofício ao presidente da provincia solicitando trabalho como enfermeira na guerra. Alegava dois motivos: atenuar o sofrimento dos que lutavam pela defesa da pátria e estar junto aos ilhs, que já se achavam na frente de batalha.

Ana não esperou a resposta de seu pedido e embarcou junto com o exército de voluntários no dia 13 de agosto de 1865. A resposta do presidente da província chegou mais tarde, definindo a sua contratação como enfermeira para servir com as tropas no Paraguai. É considerada a primeira enfermeira voluntária no Brasil, embora a paulista Felisbina Rosa seja mencionada como a primeira a partir para o front paraguaio.

Ana Néri ficou por quase cinco anos com o exército. Perdeu um filho e um sobrinho na guerra e teve extraordinária atuação como enferemeira. Em sua passagem pelo Rio de Janeiro, quando regressava da Guerra, recebeu várias homenagens. Foi apresentada, em 6 de maio de 1870, por uma comissão de senhoras baianas residentes na capital, com uma coroa de ouro onde estava gravado "À heroína da caridade, as baianas agradecidas". Hoje, essa coroa faz parte do acervo do Museu do Estado da Bahia. Recebeu um álbum com a dedicatória "Tributo de admiração à caridosa baiana por damas patriotas". Vitor Meireles pintou seu retrato em tamanho natural, que foi exposto na sede da Cruz Vermelha Brasileira.

No dia 5 de julho de 1870, chegava à Bahia, no vapor Arino, a "mãe dos brasileiros", como foi denominada pelo Exército na campanha do Paraguai. Posteriormente voltou ao Rio de Janeiro, onde faleceu em 20 de maio de 1880, aos 66 anos. Está sepultada no cemitério de São Francisco Xavier.


Fontes: Bernardino José de Sousa, Heroínas baianas; Carlos Augusto de Campos, As heroínas do Brasil; Edith Mendes da Gama Abreu, " Ana Nery ", revista do IHGB/BA; Valentin Benício da Silva, A mulher na evolução do Brasil.



Com esta publicação, homenageamos tod@s os profission@is da enfermagem por ocasião da passagem da comemoração do seu dia. Vasta categoria profissional, presente em todo território nacional, fundamental na concepção e execução das políticas públicas de saúde em nosso país.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Apenas pregando!

" A pessoa no comando não pode apenas pregar. Ela precisa liderar com exemplos ".


Carl Sewell.

domingo, 9 de maio de 2010

Unhas e pés: saúde e beleza!

A Podologia é a ciência da área da saúde que estuda, previne, diagnostica e trata as alterações dos pés e as suas repercussões no corpo humano.

A palavra Podologia deriva do grego: "podo" significa pé e "logos" significa tratado. Assim, podemos definir Podologia como "estudo e tratamento dos pés". O tratamento é realizado por um Podologista ou podiatra, que é um profissional de saúde da área da Podologia, que tem como principal objetivo  tratar a causa da patologia, com capacidade para elaborar um diagnóstico mediante a recolha de dados e para efetuar o respectivo tratamento.

Um dos maiores problemas que as pessoas procuram solução na atualidade nessa área, é a unha encravada. Quando uma unha encrava além da dor que ela proporciona ela abre uma porta para infecções que podem ser graves dependendo do seu estado de saúde. Por isso é importante evitar que elas encravem e se encravarem devemos dar o tratamento devido.

Normalmente as causas das unhas encravadas são o uso contínuo de sapato apertado e o mau hábito de cortar as unhas até muito rente a pele e não lixá-las, mas o formato da unha da pessoas pode influenciar também.

O correto quando uma unha encrava é procurar um profissional que vá desencravá-la, não se deve cutucar ou tentar cortar a unha sozinho, você pode se ferir e causar mais problemas.


Para evitar as unhas encravadas:

_ Não corte as unhas até o "sabugo", deixe sempre uma pequena porção da borda livre.
_ Corte as unhas com formato quadrado e finalize com lixa.
_ Não corte os cantinhos das unhas ou arredonde-os.
_ Não retire as cutículas, elas protegem as unhas da ação de substâncias químicas e microorganismos.
_ Não use calçados apertados ou de bico fino por muito tempo, prefira os de ponta arredondada para períodos de longos uso.
_ Se notar qualquer alteração na cor ou na textura da unha procure um podólogo.


Fonte: Jornal Expresso, ano I, edição nº 14. Currais Novos/RN, 05 de maio de 2010. Pág. 02. Coluna - Opinião. Autor: Júlio Césas-Podologo.



Lembre-se , seus pés podem levar você a algum lugar, ou mesmo a qualquer canto, preferencialmente que não seja quadrado.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Os ideais movem os homens!

Imprescindíveis ao Ideário Socialista



Os ideais movem os homens, desde que o homem é homem e o ideal é ideal. Eles unem e desunem a humanidade. Diferenciam as pessoas. Fundamentam planos e projetos. São a causa de guerra e amistícios. Ai dos homens que não tem ideais...ou tiveram. Que não erram ou acertam por eles. Que não sonham. O que fizeram da vida? O que ousaram fazer? Há ideais e ideais. Homens e homens. Projetos. História.

Mas o que é certo é que os homens têm esperança. Sonham com dias melhores. Fazem o que podem para viver melhor. Uns tomam o egoísmo como seu ideal. Outros se pautam pela solidariedade. São dos solidários que eu desejo falar...

Ás vezes, eles parecem malucos, ilógicos, irracionais. Entregam suas vidas à faina partidária, sindical, estudantil, militante. Nem sempre acertam, nem sempre amam, também odeiam. Não conhecem a apatia. Envolven-se nas grandes lutas, mas também nas refregas cotidianas. Há tempos em que são perseguidos e nisso se assemelham aos primitivos fundadores das religiões. Mas, não desanimam. Miram-se nos ideais de liberdade, igualdade e fraternidade. Eles se inspiram em Marx, Guevara e caterva. Seguem o exemplo de heróis brasileiros como Zumbi, Tiradentes, Caneca, Prestes, Amazonas e mártires da luta social e democrática.

O Brasil está cheio de homens e mulheres solidários. Nas cidades e comunidades há milhares. Porém, há os mais resolutos. Hoje, aqui no Rio Grande do Norte, o Partido Comunista do Brasil homenageia algumas personalidades potiguares que se destacaram na luta social e política, com resolução e despreendimento revolucionário. Parte dessas personalidades não se encontra mais entre a gente e se fazem representar, neste ato, por seus familiares.

Peço uma salva de palmas para os Companheiros: Ataualpa Arruda Mariano, Claúdio Guerra, Irapuan Rocha e Manoel Gomes da Silva e In Memoriam de Alírio Guerra, Antonio Rosa e Silva, Francisco Guilherme de Souza, Glênio Sá, Luiz Maranhão, Oswaldo Guedes de Moura, Pretextato Cruz e Vulpiano Cavalcante.


Vital Nogueira. É advogado, Procurador Federal do INSS/RN, Poeta, militante e um dos construtores do Partido Comunista do Brasil/PCdoB em solo Potiguar. Vital, é Seridoense de Jucurutu.



O presente texto foi elaborado como forma de contribuição a uma homenagem do Comitê Municipal do PCdoB de Natal, aos 20 de setembro de 2009, aos que lutam incansavelmente pelo Socialismo.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

1º de Maio: Dia dos Trabalhadores!

Valeu a pena


" Valeu a pena a classe trabalhadora acreditar e eleger um metalúrgico para a presidência. Já elegeu empresários, advogados, fazendeiros e professores, mas precisou eleger um metalúrgico para fazer o que a classe trabalhadora precisava ".

Declaração do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao participar das comemorações alusivas ao 1º de Maio em São Paulo/SP.



Wagner Gomes, presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil-CTB, disse que desde 1951 é a primeira vez que um presidente da república participa das manifestações do dia do trabalhador.

terça-feira, 4 de maio de 2010

O gozo e a desventura!

Estrada  Afora


...São assim as páginas da vida;
Mil amarguras perto de cem flores,
Ao pé do riso - a lágrima dolorida.

Henrique Castriciano - Ruínas



Ela passou por mim toda de preto,
Pela mão conduzindo uma criança...
E eu cuidei ver ali uma Esperança
E uma saudade em pálido dueto.

Pois, quando a perda de um sagrado afeto
De lastimar esta mulher não cansa,
Numa alegria descuidosa e mansa,
Passa a criança, o beija-flor inquieto.

Também na vida o gozo e a desventura
Caminham sempre unidos, de mãos dadas,
E o berço, às vezes, leva à sepultura...

No coração - um horto de martírios!
Brotam sem fim as ilusões douradas,
Como nas campanhas desabrocham lírios.

1897.



Fonte: Auta de Souza - Horto, outros poemas e ressonâncias-obras reunidas-editora da UFRN. Pág. 48.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Fazer as coisas!

" A questão não é só fazer as coisas, mas para quem se faz ".


Miguel Arraes. Economista, foi Prefeito do Recife, Deputado Estadual, Deputado Federal e 3 vezes Governador de Pernambuco. Foi presidente do Partido Socialista Brasileiro/PSB.  Nasceu aos 15 de dezembro de 1916, em Araripe-Ce e faleceu aos 13 de agosto de 2005, Recife-Pe. 

domingo, 2 de maio de 2010

Me ajuda a olhar!

Diego não conhecia o mar. O pai, Santiago Kovakloff, levou-o para que descobrisse o mar. Viajaram para o Sul. Ele, o mar, estava do outro lado das dunas altas, esperando. Quando o menino e o pai enfim alcançaram aquelas alturas da areia, depois de muito caminhar, o mar estava na frente de seus olhos. E foi tanta a imensidão do mar, e tanto seu fulgor, que  o menino ficou mudo de beleza. E quando finalmente conseguiu falar, tremendo, gaguejando, pediu ao pai: - Me ajuda a olhar ".



Eduardo Galeano, in " O livro dos abraços".