sábado, 26 de novembro de 2011

Homenagem ao camarada Mário Lago!

Uma homenagem ao camarada Pádua.


100 anos de nascimento de Mário Lago.

Pádua foi o codinome escolhido pelo ator Mário Lago na sua militância comunista. Uma decisão que lhe rendeu sete prisões: a primeira em 1932 e a última em 1969, no ano seguinte ao AI-5.


Nascido no Rio de Janeiro em 26 de novembro de 1911 Mário foi ainda compositor, letrista, ator, poeta, radialista e advogado. Para nós, sempre será o inesquecível "camarada Pádua".


O mundo será feliz.
Quando em vez de dizer eu,
quando em vez de dizer meu,
os homens disseram nós,
os homens disseram nosso."

Mário Lago(pequenos poemas de grande certeza).


Uma publicação do Mandato do vereador George Câmara(www.georgecamara.com.br) PCdoB-Natal/RN, em homenagem ao também comunista Mário Lago.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Zumbi dos Palmares e o sentimento imaterial da liberdade!

 O nosso rei continua vivo

Estudar a história é antes de tudo conviver com fatos e opiniões diversas e de regra divergentes, assim não poderia deixar de ser o exame da contribuição de Zumbi dos Palmares e a sua existência enquanto personagem de um período de nossa construção histórica pouco registrada pela historiografia oficial do poder de Estado, seja em qualquer uma de suas fases: Colônia, Império e República.


Pacto ofensivo a dignidade humana

Na construção de nosso país, notadamente após a posse violenta dos portugueses do solo pátrio, aqui se estabeleceu um parâmetro ditado pelas regras dos interesses econômicos e da afirmação de um grupo étnico sobre outro, uma minoria branca pelas vias da força, da opressão e da complacência dos reinados e religiões  estabeleceram um  pacto ofensivo a dignidade humana, mas de natureza bastante lucrativa. A escravidão era assim fonte de renda e também de deleite. Tudo legitimado pela ordem institucionalizada pela minoria e aceita  sem maiores resistências dos detentores do poder, notadamente político e religioso.

Assim foi também no Brasil, a saída para colocar o país em movimento de consolidação do espaço territorial ocupado passava necessariamente pela presença humana, não só dos "conquistadores", mas também dos conquistados e oprimidos desterrados de outro continente, no caso o escolhido foi o africano. Considerando que naquele espaço territorial do continente era grande a população negra, de clima assemelhado e relativamente próximo ao calvário da exploração: O Brasil, que assim também seria explorada pelas elites portuguesas, decorrentes todos de um continente civilizado e branco, nada mais, nada menos que o referenciado Velho Mundo-a Europa, conhecida pela sua "culta e próspera" civilização.

A consolidação do domínio territorial já contou também com a participação efetiva dos negros e negras aqui aportados, que além do trabalho, produziram outros seres capazes de cimentar uma nação com características bem definidas e próprias de algo que seria e que passa a ser cobiça de um outro tipo, no limiar do século XXI.

A riqueza que foi sendo produzida, também criou sentimento aguçado de revoltas e desejos ardentes de liberdade. Não só as cicatrizes da violência física produzidas pelos chicotes dos feitores, mas a busca por espaço e vida em liberdade, moveu os negros na esperança de encontrar uma saída, mesmo que em forma de fuga capaz de demonstrar a insatisfação e a revolta com o modelo adotado pelas elites e abençoado pelas divindades imperantes do catolicismo romano.


Os negros no calvário da escravidão

Os negros na sua resistência, enfrentavam duas poderosas estruturas, o poder econômico da força política colonial, expressa nos senhores de engenho e a presença da igreja católica como braço da espiritualidade escravista das almas que penavam por liberdade.

O Deus dos Brancos, nesta circunstâncias não poderia ser o Deus dos Negros, uma minoria branca caminhava no sentido de legitimar o purgatório a que os negros estavam submetidos, sem Deus esta tarefa não tinha como se completar, só a divindade era capaz de apacentar almas tão sofridas pela exclusão e pela exploração física e mental.

Não é preciso nenhum laboratório para aquilatar a dor física dos negros açoitados, é perfeitamente compreensivo o seu retorcer e gemidos ao se encontrarem pendurados ao tronco, e solenemente violentados pela chibata do feitor no seu melhor estilo de truculência.


A dor da saudade

É possível, que não se tenha noção da dor da saudade, das lembranças e dos sonhos de viver em liberdade em sua terra natal, ao som do canto dos pássaros, dos ventos entrecortantes das matas e das águas que em forma de cachoeira desenhavam um véu branco  e comprido, como o vestido da noiva desejada que desliza nos paços longos e firmes do encontro da felicidade propiciada pelo encantamento do amor. Os negros tiveram a sua alma ferida, sem nenhuma possibilidade de cura. Por assim dizer, uma dor insuperável, sem qualquer possibilidade de saramento.

Macacos foi a cidade, o espaço rural em que aflorou a resistência e uma nova oportunidade de vida, aos que foram expatriados e subjugados, criteriosamente escolhida pelos seus idealizadores, considerando a sua geografia, o seu potencial hídrico e a fertilidade de suas terras. Com tais atributos, logo o novo espaço se transformou numa comunidade de novo tipo, integrada, produtiva e fundamentalmente cheia de vida e de esperança. Onde a taxa de natalidade, sempre crescente refletia o bem estar de sua população.


Um legado de Palmares: a agricultura familiar.

Foi neste ambiente em que a agricultura familiar pela primeira vez floresceu e apresentou resultados satisfatórios e condizentes com uma modalidade de vida em sociedade ainda não experimentada pelo regime colonial monocultor e concentrador de terras, originador da concentração da propriedade da terra e do latifúndio moderno, berço da violência campesina, ainda manifesta na República proclamada por Deodoro.

O Poder Colonial era demasiado arrogante e autoritário, não podia conviver com resquícios de liberdade, ou mesmo com qualquer iniciativa que enfrentasse ou contestasse a sua supremacia. Macacos era uma forma defensiva de se viver em paz, mas mesmo assim não seria tolerada, por ser considerado um mau exemplo, e acima de tudo um espaço de fuga e de acolhimento de objetos(negros) pertencentes aos poderosos de então.

Historicamente as classes dominantes só aceitam ou toleram conviver com situações que não lhes colocam em perigo, ou não oferecem qualquer perigo. Ao constatarem que podem perder o controle da situação e o poder de mando, qualquer método poderá ser utilizado como instrumento de enfrentamento dos desafios que os põe em ameaça.

A época de Palmares, o Poder Colonial contratou em regime de Parceria Público Privado(alguns pensam que é coisa da modernidade, coitados!) o competente carniceiro domingos Jorge Velho, para comandar uma  força armada e recrutada ao estilo das milícias da favela da Rocinha. A única diferença é que as forças de Domingos não obedeciam ao calendário da civilidade, pouco praticada naquela oportunidade de confronto.

Hoje, não teria dúvidas que o Poder Colonial contrataria e teria amplo apoio dos meios de comunicação dominantes, todos estariam a favor da escravidão e apresentado os mais diferentes argumentos que convergiam no sentido da manutenção da ordem repressora, assim como fizeram em outros momentos de nossa história.


Na Serra da Barriga, gestou-se a liberdade.

Temperados na luta, os negros da Serra da Barriga, fizeram de Palmares um referencial de resistência as atrocidades do Poder Colonial, tendo em Zumbi não somente um combatente, mas um líder preparado na escola do combate ao escravismo e do enfrentamento a continuidade da escravidão como instituição permanente da Colônia.

Em 1695, Zumbi contava apenas 40 anos, mas já era Rei, líder de um povo ansioso por liberdade, que enfrentava a escravidão e o seu regime com os meios e instrumentos da época, nas suas diversas formas de luta.

Quase dois séculos depois(193 anos), apenas em 1888, o instituto da escravidão sepultado, mas a putrefação decorrente de sua existência não. A escravidão fora derrotada, mas os detentores do poder não. Logo se transmutaram em republicanos, não por convicção, mas por repreensão ao Império, que julgaram benevolente com a edição da prefalada Lei Áurea. Tudo parece ser uma forma de vingança destinada ao Imperador enfermo e a uma princesa desavisada da consequência do ato que praticara sem mérito e sem convicção.


Uma luta antiga, mas atual.

A Consciência Negra consagrada neste 20 de novembro, nada mais é do que uma homenagem, um reconhecimento do papel protagonista de uma etnia negra comprometida com a liberdade, o direito de viver em paz, de produzir, de amar, de sonhar e de construir caminhos diferentes da opressão, firmados na dignidade humana e na prevalência do trabalho como meio vivente da espécie humana em interação com a natureza viva e em permanente mutação.

Por tudo, é possível e até mesmo previsível afirmar que Zumbi e seus guerreiros estariam todos postados e em pleno movimento pela construção de um novo país, uma nova pátria socialista, de plena liberdade e abundância, inclusive de vidas e de sonhos.

O Brasil que buscamos construir com Reforma Agrária, casa própria/cidades mais humanas, geração de emprego e renda, escola pública de qualidade, saúde universalizada e pública, soberania, integração colaborativa, sustentabilidade ambiental, segurança alimentar, respeito as individualidades em um mundo coletivo, prosperidade cultural e material, valorização da espiritualidade e do bem querer.


Nossas homenagens as mulheres e homens, negros e negras, brancos, taiocas, pardos amarelos, ruivos, gazos, furta cor e tantos outros inominados, incolores e invisíveis que com o trabalho, a luta, a generosidade, o suor e o sangue derramado construíram esta beleza de nação chamada Brasil.


Zumbi está presente. Continuará vivo em nossas memórias!


Á luta!

terça-feira, 15 de novembro de 2011

República de Trabalhadores: anseio da construção democrática!

" A obra renovadora da Abolição foi completada em 1889 pela República, um antigo anseio da construção democrática do Brasil. A República ficou, depois de muita luta, sob o domínio das forças conservadoras, frustando o programa republicano mais avançado, que concebia o Estado como instrumento para promover a democracia, a integração nacional, o desenvolvimento, a distribuição de terras e a afirmação da soberania nacional ."

Este é literalmente o item 07 do Programa Socialista para o Brasil apresentado pelo Partido Comunista do Brasil-PCdoB, aprovado em seu 12º Congresso, novembro de 2009, São paulo/SP.


Mesmo sendo mais avançada que a Monarquia, a República se fez instrumento de mudanças significativas na estrutura da jovem nação brasileira, trouxe consigo as mazelas de séculos do poder colonial e imperial, mas também ensejou esperanças, abrindo perspectivas inovadoras na forma de ocupação dos espaços políticos e da representação daquilo que deveria ser o poder de Estado.

Com o advento da República, não caiu somente a Monarquia imperial, mas também a incestuosidade da Igreja Católica e sua influência  romana de ocupação direta de espaços materiais e espirituais na sociedade, dando lugar a um laicidade ainda violentada com as repartições públicas impestiadas de símbolos e referências que não tem nada a ver com a natureza republicana e laica do poder proclamado por Deodoro e consolidado pelo Grande brasileiro das Alagoas, o Marechal Floriano Peixoto.

Em pouco mais de 120 anos de República, a nossa pátria por diversas vezes foi violentada, sem no entanto, perder a esperança de erigir uma nação livre e soberana, o que se constitui num resgate de sua luta original. Em nome da república, e pela República muitos patriotas tombaram sem ter se quer um minuto de silêncio reconhecido pelo poder  que ainda se encontra concentrado nas mãos e sob o controle de uma minoria quantitativa expropriadora.

As ditaduras cumpriram seus papeis em diversos momento de nossa história, de regra estiveram a serviço das classes dominantes, conservando o poder da minoria e estigmatizando os que se propõem a alterar a ordem do poder republicano. Tudo pode, menos atentar contra a ordem capitalista e dominante estabelecida pelos valores da república.

Zumbi dos Palmares (Colônia), Antonio Conselheiro (Canudos) e Osvaldão (Guerrilha do Araguaia), são momentos diversos de uma natureza repressora de uma mesma elite que se manifesta em períodos diferentes de nossa trajetória histórica. De uma coisa fiquemos certos: as elites são impiedosas, e até o momento bastante competentes na manutenção do poder de Estado, inclusive ostentando um forte viés democrático, tudo em nome da democracia. Legitimados pelos seus instrumentos e serviçais da obra do capital.

Um poder que não serve

O poder republicano tal qual existe serve, mas apenas para resolver e solucionar  os interesses e a vida de poucos. A maioria construtora vive sem abrigo, inclusive, com a esperança comprometida  e corroída pelas crises sistêmicas do capitalismo, base de sustentação e molde de nossa república.

Ainda  temos mais de 16 milhões de miseráveis em solo pátrio, enfermos, analfabetos e sem terras, pois a Reforma Agrária não se se converteu em realidade, e foi confundida com projetos de assentamentos e colonização, que distribui terras, mas não alterou a estrutura fundiária do país. Registre-se, que algumas alterações foram observadas em quase todos os sentidos de nossa existência ao longo destes 500 anos, mas a única coisa que não se mexeu, foi exatamente a terra, permanece concentrada e intacta como aqui encontrou Cabral e sua nau aportada na terra de todos os santos.


Modelo de República

O grande Rui Barbosa, natural da Terra de Todos os Santos, jurista de reconhecido saber, mesmo não tendo os instrumentos da informática tão comuns e ainda restritivos na atualidade, que lhe possibilitasse um control "V" e um control "C", copiou dos Estados Unidos da América de forma talentosa o modelo de Federação que amoldou a nossa república como instituição, diria: tão boa que ainda resiste.

Mas não foi fácil consolidá-la (República), dentre os esforços despendidos por tantos ilustres, coube ao Marechal Floriano Peixoto torna-la irreversível, inclusive para chegar ao posto de Presidente teve até uma mãozinha de um influente jurista potiguar, de Jardim de Piranhas, a época pertencente a Caicó - Amaro Cavalcante, que de dentro da Corte fez valer a sua influência com o peso da Toga que invergava. Ainda hoje, tal influência se faz sentir em nossas decisões e Cortes de Justiça.

A atitude de Amaro Cavalcante se justifica pelo espírito republicano despreendido.


Uma outra República é possível

A sociedade brasileira é dividida e em luta de classes permanente, na dúvida ou discordância consulte a história, mesmo os manuais conservadores não negam a sua realidade construída ao longo dos tempos e das refregas motivadas por interesses diversos, diferentes e fundamentalmente contraditórios.

Não há dúvidas de que já obtivemos muitas conquistas e avanços em relação ao ambiente de atraso da Colônia, do Império, da própria República e até mesmo nas suas manifestações mais nocivas como as ditaduras, sejam do tipo civil ou militar, que foram recheadas de períodos de excessão. Foi politicamente oportuno e justo todo tipo de enfrentamento para reverter e afastar os entulhos autoritários contrários aos interesses da maioria.

Acumular forças nesta trajetória é o desafio maior e mais qualificado, buscar uma República de Trabalhadores, que tenha outro modelo de sociedade é um desafio da contemporaneidade. Construir um novo poder, de caráter e natureza Socialista, pois o poder desta República é de natureza capitalista, e como tal não serve aos propósitos de emancipação social do nosso povo. Deve ser considerada apenas como uma ponte, portanto, de passagem efêmera.

Até o momento por mais conquistas que obtivemos, não conseguimos e nem estamos perto de conseguir qualquer alteração nas estruturas de Poder da República. As Forças Armadas, Os Tribunais, os Meios de Comunicação e o próprio sistema de representação do povo. Tudo é feito e existe para que a República continue respeitando e preservando a essência da república nascida aos 15 de novembro de 1889.

Não queremos somente superar os entraves desta república, que aliás são muitos, queremos sim, substituí-la, instaurar um novo modelo de vida em sociedade, sem control "V" e sem control "C", pensada, construída e desenvolvida em conformidade com a nossa experiência e nosso talento, e que seja fruto da nossa cultura, do trabalho coletivo e da apropriação social dos frutos e das riquezas construídas pelo povo.

Mas isso não é fácil, nem tampouco tarefa a ser realizada por qualquer um de forma isolada, é preciso elaboração e construção coletiva, acumulação de forças, preparo e conhecimento da realidade. Conjugando-se com paciência e firmeza.

Penso que tal objetivo deve ser pensamento cotidiano da ação e da prática do Partido Comunista do Brasil, que em breve contará com 90 anos de luta em defesa de um Brasil Livre, Soberano, integrado, Solidário, Próspero, Desenvolvido e Ambientalmente Sustentável.


Este é um objetivo possível de ser alcançado, inclusive com sucesso, resta saber o tempo que levaremos.



Que viva uma nova República!



quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Que saudade!

" Que a saudade é o pior tormento, é pior do que o esquecimento, é pior do que se entrevar. "


Chico Buarque-Cantor e Compositor.


E Vc já se entrevou alguma vez?

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Aldo Rebelo: homem de Estado.

" Experiente, qualificado, sério, líder reconhecido, homem de estado e defensor corajoso de opiniões fortes dos interesses nacionais".

Em seu pronunciamento Dilma fez elogios ao PCdoB, dizendo que preserva o apoio que considera fundamental. Disse que nos últimos nove anos, o PCdoB foi parceiro leal e relevante no projeto de desenvolvimento baseado na democracia, na afirmação soberana do Brasil e crescimento com distribuição de renda e inclusão social.

A presidente Dilma atribuiu ao ex-ministro Orlando Silva, "um excelente trabalho, do qual sou testemunha como ministra e agora como presidente da República, de inclusão social e ampliação de oportunidade através do esporte". Disse inda que ele " Não perde meu respeito e desejo sucesso na sua cruzada pela verdade."

Palavras da presidente Dilma Roussef por ocasião da posse de Aldo Rebelo como Ministro do Esporte. Brasília/DF, 31 de outubro de 2011.


Coerentes e necessárias as palavras e o gesto da presidente.


Na luta!