quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Carta aos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais da Reforma Agrária e da Agricultura Familiar

Por um Brasil Rural com Gente Feliz

Neste momento de lutas e reivindicações, me dirijo a todos do Rio Grande do Norte, do Nordeste e do Brasil para declarar e afirmar NOSSOS COMPROMISSOS em defesa da Reforma Agrária, do Cooperativismo, do Crédito Fundiário, da Assistência Técnica, da Educação do Campo, da Regularização Fundiária, das Ações Culturais das Bibliotecas Rurais Arca das Letras, da Comercialização, da Moradia Rural digna, da Inclusão Digital, da Segurança, da Água - da segurança hídrica, da preservação da natureza e dos recursos naturais.

Em defesa da construção de uma cultura, da promoção da dignidade humana e do fortalecimento da organização social e política dos trabalhadores e trabalhadoras.

500 ANOS DE LUTA

Em mais de 500 anos, muitas coisas e situações mudaram no Brasil. Superamos o Colonialismo, tivemos a Independência, suplantamos o Império, tivemos a primeira Lei de Terras em 1850, a Lei Áurea – a libertação dos escravos, a Proclamação da República e a primeira Constituição, a superação da República Velha, a Revolução de 1930, o Estado Novo, a redemocratização, o golpe militar de 1964 e uma seqüência de governos autoritários, a Anistia, as Diretas Já, a Nova República, o Impeachment de um Presidente da República, a fase da política e dos governos neoliberais, até o momento mais áureo das liberdades democráticas e de afirmação de nosso país enquanto Nação Soberana, de um ambiente marcado pelo reinício do resgate da cidadania e das questões relacionadas ao desenvolvimento e à preservação do meio ambiente, é o período do governo do Ilustre Luiz Inácio Lula da Silva, a sua Excelência, o Companheiro Lula.

ESTRUTURA FUNDIÁRIA

Mesmo com todos estes acontecimentos em momentos históricos diferentes, apenas uma estrutura não mudou, a estrutura fundiária do país que permanece intacta, ou seja, a Reforma Agrária, que ainda está por realizar, mesmo sendo uma necessidade social e econômica de nossa época.

Acredito que só em uma nova correlação de forças políticas e um poder político de novo tipo, em uma nova ordem de primazia do trabalho em relação ao capital, será possível realizá-la.

É fato que temos avançado muito, em muitos aspectos, mas na estrutura fundiária continuamos como se ainda estivéssemos em 1500.

Referência especial aos Jovens pelo potencial de transformação e às Mulheres pela capacidade, sensibilidade e compromisso social.

Os homenageio em nome da luta e da Vida na Poesia da Mulher Brasileira Cora Coralina:

Cântico da Terra

Eu sou a terra, eu sou a vida.
Do meu barro primeiro veio o homem.
De mim veio a mulher e veio o amor.
Veio a árvore, veio a fonte.
Vem o fruto e vem a flor.

Eu sou a fonte original de toda vida.
Sou o chão que se prende à tua casa.
Sou a telha da coberta de teu lar.
A mina constante de teu poço.
Sou a espiga generosa de teu gado
e certeza tranqüila ao teu esforço.

Sou a razão de tua vida.
De mim vieste pela mão do Criador,
e a mim tu voltarás no fim da lida.
Só em mim acharás descanso e Paz.

Eu sou a grande Mãe Universal.
Tua filha, tua noiva e desposada.
A mulher e o ventre que fecundas.
Sou a gleba, a gestação, eu sou o amor.

A ti, ó lavrador, tudo quanto é meu.
Teu arado, tua foice, teu machado.
O berço pequenino de teu filho.
O algodão de tua veste
e o pão de tua casa.

E um dia bem distante
a mim tu voltarás.
E no canteiro materno de meu seio
tranqüilo dormirás.

Plantemos a roça.
Lavremos a gleba.
Cuidemos do ninho,
do gado e da tulha.
Fartura teremos
e donos de sítio felizes seremos.

Por um Projeto de Desenvolvimento Rural para o Brasil.

Todo apoio aos Territórios da Cidadania, espaço de luta e afirmação da identidade cultural de nossas comunidades.

Pelo fortalecimento da Propriedade Familiar.

Todo apoio à luta dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Campo

Artigo escrito por ocasião do Grito da Terra Nordeste, em 12 de agosto de 2009 (promovido pela Contag, Fetarn, STR’s e pólos sindicais).

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