Mulheres que contribuíram para a formação e o desenvolvimento do Brasil.
Dinalva Oliveira Teixeira (1945 - 1974)
Ativista política e vítima da ditadura militar.
Nasceu em Argoin, município de Castro Alves(BA), em 16 de maio de 1945. Filha de Elza Conceição Bastos e de Viriato Augusto Oliveira, estudou em Salvador, formando-se em geologia pela Universidade Federal da Bahia(UFBA), em 1968. Participou do movimento estudantil com Antonio Carlos Monteiro Teixeira, seu colega de turma, com quem se casou em 1969. Os dois mudaram-se para o Rio de Janeiro(RJ) para trabalharem no Ministério de Minas e Energia.
Militantes do Partido Comunista do Brasil(PCdoB), em maio de 1970 ambos foram para a região do Araguaia participar do movimento armado desencadeado pelo Partido, que pretendia formar um Exército Popular Guerrilheiro. Os militantes faziam treinamento e mantinham contatos com os camponeses para preparar a revolução que, segundo esperavam, derrubaria o regime militar. Na região, foi professora, parteira, e também a única mulher da guerrilha a ocupar o cargo de vice-comandante de um grupo militar; era considerada uma estrategista da ação armada. Por várias vezes, escapou do cerco militar e o testemunho de ex-guerrilheiros indica que se destacava pela coragem e habilidade com as armas.
A última vez em que foi vista com vida e em liberdade pelos companheiros foi no dia 25 de dezembro de 1973. Desapareceu após tiroteio no acampamento, onde estava gravemente enferma e em adiantado estado de gravidez. Pelo depoimento de moradores da região e de membros do Exército, teria sido presa na serra das Andorinhas. Dinalva parece ter sido a última guerrilheira morta, após quatro meses de perseguição das forças militares, o que, de acordo com relatório do Ministério da Marinha, aconteceu em julho de 1974.
Fonte: Ana Maria Colling, A resistência da mulher à ditadura militar no Brasil; Maria do Amparo Almeida Araújo et al., Dossiê dos mortos e desaparecidos políticos a partir de 1964.
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