sábado, 2 de janeiro de 2010

Reação da natureza!

A passagem de ano 2009/2010, trouxe uma oportunidade de informações que a imprensa não esperava, as televisões se esmeram, cada uma que se esforça para apresentar a imagem que mais comove, o palco é um destino turístico: o Rio de Janeiro, mais especificamente Angra dos Reis e Ilha Grande. Já são mais de 4 dezenas de mortos e outros tantos ainda não encontrados.

A região sudeste sob forte temporal, não resiste as depredações que torna a natureza vítima da falta de investimentos e as pessoas que perdem as suas vidas com os desabamentos e soterramentos, as encostas não suportando a destruição de antes, desabam levando tudo e todos que se encontram ao seu redor.

As ocupações indevidas são na verdade as grandes responsáveis pelos acontecimentos que ora presenciamos, as pessoas por falta de recursos ou em busca de recursos, no caso da exploração da atividade turística se expõem aos mais arriscadas espaços físicos, sem medir as possíveis consequências, amargam a dor do sofrimento e das perdas de seus entes queridos, ou mesmo de seus clientes

A comoção se faz presente, visto que a imprensa, pelo menos em sua maioria agradece o desastre que o transforma em audiência. É o verdadeiro espetáculo da morte levado ao ar na telinha.

Na ansiedade da comemoração, ninguém ou quase poucos considera o risco, ou mesmo ninguém poderia esperar que algo de tamanha proporção viesse a ocorrer, principalmente no momento festivo de passagem de ano. Tudo seria possível, menos isso.

Indústria funerária

Com a velocidade da destruição e da ocupação indevida dos espaços reservados a natureza, não se pode esperar outra coisa a não ser muita dor e sofrimento. Há apenas um setor que lucra com o desastre, o da "indústria funerária", que a cada momento espera por mais uma notícia, preferencialmente se confirmar mais um ou alguns óbitos.

O modelo de urbanização e ocupação adotado, aliado a falta de infraestrutura e saneamneto básico vai continuar a ser o grande responsável pela dor e sofrimento dos parentes e amigos das

vítimas.

Responsabilidade do poder público

O poder de Estado(União, Estados e Municípios) precisam ser responsabilizados na medida em que não adotam providências de segurança para os que já se encontram nas àreas, ou não regulam, ou mesmo proibindo o acesso dos que por razões diversas procuram ocupá-lo de forma inadvertida ou mesmo indevida.

É muito deseducativa a informação de que são as chuvas as grandes e únicas responsáveis pelos acontecimentos que ceifam vidas e comprometem a capacidade econômica de muncípios ou de até mesmo Estados e regiões, como é o caso do Rio de Janeiro e São Paulo.

Controle e ordenamento de ocupação de àreas, sejam urbanas ou rurais em que circulam e se aglomeram significativa quantidade de pessoas merece e requer cuidados na órbita dos interesses privados, bem como do público. Planejar e investir, além de ser uma necessidade é uma obrigação mais que urgente, principalmente quando se trata de vidas humanas e de suas relações com a natureza.

Há um descompasso declarado na relação homem e natureza, mas perfeitamente possível de ser corrigido, desde que o discurso de preservação se converta e seja adotado como prática das pessoas e principalmente do poder público. Diga-se que tal mudança de atitude não é fácil.

A natureza se contorse de dor

A Coferência Mundial da ONU sobre o Clima(Copenhaque/COP-15) foi um demonstrativo de que as nações ricas e poderosas pouco se comovem com a destruição da natureza e com o conseguente sofrimento das populações, que se apresentam de diversas formas: cheias, tempestades, enchentes, incêndios, maremotos, terremotos, dentre tantas outras manifestações da natureza violentada e vitimada na sua intimidade.

Solidariedade aos familiares, amigos e parentes da força destrutiva dos homens em relação à natureza.

Respeitemos o ser humano, mas respeitemos também a natureza!

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