terça-feira, 12 de abril de 2011

Araguaia: de homens e de mulheres!

Araguaia(Para Glênio Sá)


Odes libertárias pássaros cantam,
Celebram porvir d´aurora sagrada,
Sob a vermelha tez ressuscitada,
Os frutos maduros se desencantam.

Heróicos brados guerreiros se imantam,
Nas selvas epopéia eternizada,
As raízes da alma sacrificada,
Nas florestas dos ideais se implantam.

Cartas, périplos dos sonhos reais,
Postos nos confidentes castanhais,
São condecorações aos nossos brios.

Araguaia de lendas e segredos,
O sangue desse tão nobre degredo,
Inda flui na corrente de teus rios.

Poesia de Manoel Azevedo - poeta potiguar e militante do PCdoB.


Um Partido Vivo

12 de abril de 1972. Região Norte. Sul do Pará. Iniciava-se A Guerrilha do Araguaia, organizada e comandada pelo Partido Comunista do Brasil/PCdoB, que irresignado com o golpe militar de 1964 e a consequente quebra das regras do Estado Democrático de Direito, lança-se com as condições e meios próprios e possíveis naquela ocasião da luta em defesa das liberdades do povo e da restauração da democracia em nosso país.

A Guerrilha foi a resistência armada de maior repercussão no combate ao regime de excessão instaurado pelos militares. Enfrentamento justo, oportuno na quadra política em que foi gestada e desenvolvida, no entanto, extremamente desigual em meios, condições e contingentes.

O Araguaia continua pulsando e seus lutadores e lutadoras continuam vivos no ideal das mudanças e transformações buscadas todos os dias, em todas as frentes de luta, as armas de hoje são de outros tipos, mas os objetivos permanecem os mesmos, renovados e atualizados de acordo com as exigências de nossa época.


Um Partido de lutas

Ao mortos e sobreviventes da Guerrilha nossas homenagens, reconhecimento cívico aos lutadores de uma causa de natureza patriótica e de significado revolucionário.

Dos homens e das mulheres Guerrilheiras, João Amazonas, Ângelo Arroio, Helenira Resende, Osvaldão, Maurício Grabois, Dinaelza Coqueiro, dentre tantos outros, um abraço afetuoso e de profundo recordar ao camarada Glênio Sá, potiguar de Caraúbas, que perfilou-se numa das colunas junto ao povo para defender o Brasil e combater a ditadura.

As vidas ceifadas e o sangue jorrado na Guerrilha serviram também para educar uma geração de homens e mulheres comprometidos com a democracia, com a luta pelo socialismo e a construção de um Partido Comunista frondoso como as árvores que abrigaram os guerrilheiros nas noites frias e nos dias quentes das batalhas do Araguaia.

A melhor forma de homenagear os Guerrilheiros e as Guerrilheiras e rememorar a Guerrilha é continuar a luta em defesa de um Brasil próspero, soberano, desenvolvido e de profunda inclusão social, ambiental e econômica. Continua posto o desafio de construir um Novo Projeto Nacional de Desenvolvimento para o Brasil.


Um gesto simbólico

Nos dias 15, 16 e 17 próximo, estará sendo realizado o 7º Encontro Nacional sobre Questões de Partido, em São Paulo/SP, lá estarão os de ontem e os de hoje, que se somarão aos de amanhã, para em um futuro bem próximo buscar um novo mundo e a construção de uma nova sociedade.

A data do encontro é simbólica, como simbólico foi o gesto de João Amazonas que antes de falecer pediu que suas cinzas fossem derramadas nas selvas do Araguaia, como forma de se reencontrar com os seus camaradas que tombaram naquela luta, muitos ainda não localizados.

Em 2012, o Partido Comunista do Brasil completará 90 anos de existência, e com certeza a Guerrilha do Araguaia será lembrada como um marco histórico de suas lutas em defesa do Brasil e de nosso povo.

Plantar o PCdoB em todas as lutas e movimentos do nosso povo é um desafio também de natureza revolucionária, como outrora foi a Guerrilha do Araguaia.



Araguaia, presente!

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