No início da década de 1980, o motorista baiano Damião Galdino foi protagonista de um episódio que lhe garantiu fama. Criativo, Damião havia equipado um jumento com faróis, freio, buzina e outros itens usados em veículos. Muito católico, resolveu presentear o Papa João Paulo II quando este visitou o Brasil, em 1980.
Acabou criando um embaraço para o Itamaraty, que não sabia o que fazer com o "Jericar". Três anos depois, cansado de esperar os desembaraços diplomáticos, Damião "do jeque" iniciou uma séria de protestos solitários. Subiu a rampa do Palácio do Planalto com o bicho, escalou o mastro da bandeira nacional e fez até greve de fome.
Além do problema do Jeque Galdino também queria chamar a atenção do mundo para o sofrimento do povo nordestino. Chegou a tentar, sem sucesso, ser eleito para um cargo público. E seu jumento paramentado nunca foi entregue à Santa Sé.
Fonte: Revista de História da Biblioteca Nacional, nº 58/2010.
Sem ser entregue ao Vaticano conforme promessa de Damião, o Santo Padre ficou literalmente privado de ouvir o relincho do animal sagrado que transportou Jesus de Nazaré, ouvindo tão somente os de seus exploradores.
Coitado de Damião!
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