" Consola-me igualmente a lembrança de que da vossa parte pagareis a obrigação em que está todo o Portugal para com sua filha emanciapada, que precisa de pôr casa, repartindo com ela das vossas luzes, conselhos e instruções...
E que país esse, senhores, para uma nova civilização e para novo assento das ciências! Que terra para um grande e vasto Império! Banhadas suas costas em triângulo pelas águas do atlântico; com um sem-número de rios caudais, e de ribeiras empoladas, que o retalham em todos os sentidos, não há parte alguma do sertão, que não participe mais ou menos do proveito que o mar que lhe pode dar para o tratado mercantil, e para o grande estabelecimento de grandes pescarias (...) qual outra região se lhe pode igualar? Riquíssimo nos três reinos da natureza, com o andar dos tempos nenhum outro, país poderá correr parelhas com a nova Luzitânia ".
Trecho de discurso proferido por ocasião da despedida da Real Academia de Ciências, na condição de Secretário Perpétuo, em Portugal em 1919, no momento em que antecede o seu retorno ao Brasil de onde saíra 36 anos atrás, e que logo depois seria consagrado como o Patriarca da Independência.
A quase 200 anos as palavras do patriarca são profundamente atuais, no rumo em que se encontra, o Brasil tem condições e possibilidades concretas de tornar-se em tempo razoável uma nação próspera, integrada, desenvolvida e soberana.
José Bonifácio de Andrada e Silva - nasceu aos 13 de junho de 1763 em São Paulo e faleceu aos 06 de abril de 1838 no Rio de Janeiro.
Fonte: A vida dos grandes brasileiros-2. Edições Isto É. Pág 86.
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