Há mais de vinte séculos do nascimento de Jesus de Nazaré, todos os anos se repete o mesmo movimento que é sempre diferente, não poderia ser igual, tendo em vista que nada é igual, no máximo pode ter semelhanças e muitas vezes nem muito parecida.
É assim que todos ou quase todos os povos se manifestam no momento natalino, o epicentro evocado é o nascimento de Jesus Cristo, diga-se uma lembrança e comemoração muito atual e justa, afinal o filho da carne de Maria e de José brotou com toda força, abriu espaço e fez história, sem proteção e sem protetor tornou-se a figura mais conhecida da atualidade, respeitado e admirado, é também objeto de uso e veneração indevida, muitas vezes fonte e objeto de ganância e lucro, de instituições e pessoas inescrupulosas.
Jesus de Nazaré: inconfundível
Os propósitos e atitudes do Homem de Nazaré, não é coisa comum, é fato concreto e de profunda repercussão em nossa civilização, ainda repercute nos dias de hoje, mas oportunistamente ou melhor dizendo de forma aproveitadora é sempre apresentado como o piedoso ou um simples coitado que morreu pendurado em uma cruz, servindo tão somente aos desígnios do pai.
Para a época foi um verdadeiro escandalo, ou mesmo uma afronta, questionar o poder dos poderosos e seus seguidores era uma subversão que não estava previsto, principalmente partindo de um Homem do povo, filho de gente simples, de uma comunidade sem expressão e sem gente poderosa. Tinha apenas um diferencial, era filho de um casal de trabalhadores.
No enfrentamento com os poderosos despertou ódios e rancores, foi reconhecido e ignorado, mas não capitulou fez a resistência pregando uma nova vida e uma nova forma de se viver em sociedade. Não se deixou engabelar, mesmo cercado demonstrou dignidade e capacidade de luta, fez da palavra seu instrumento principal, que mobilizou e contagiou mutidões dispersas e sedentas de luz e claridade de consciência.
Crucificado e Vivo
Uma forma de desmoralizar e ridicularizar os constestadores da época era levá-los a cruz, assim como fizeram com o nosso Tiradentes, tudo com fito de intimidar e manter o status quo, sem êxito, a ousadia venceu. Cristo impôs-se.
A canalha do sinédrio
Instituições e pessoas, diga-se muitas fizeram um bom negócio traficando com o nome e a imagem de Jesus de Nazaré. Levantaram-se igrejas de diversos credos e gostos, o frequês é quem escolhe a denominação, o nome é como o de cachorro e de santo você coloca qualquer um. Não há impedimento. Em nome do Pai tudo pode. Verdadeiro mercantilismo.
Ao instituirem o "céu" e o "inferno" de imediato arrebanharam um rebanho de tolos, que mesmo puros são ingênuos, desprezando o presente e acreditando no imaginário que não é real nem para quem faz o próximo crer. É assim que pregam o juízo final e um lugar especial para os maleditos, que denominaram de purgatório, nome que faz lembrar um açouque de periferia sem o menor cuidado sanitário, um lugar de horror.
Banqueiros, padres, pastores, ovelhas, curiosos, marreteiros e toda sorte de aproveitadores, de boa ou má fé, contribuíram para prostituir e vulgarizar o Santo nome de Jesus de Nazaré e transformá-lo apenas num produto palatável capaz de agradar os sedentos de qualquer coisa e que se satisfazem com quase nada.
Se for verdade que existe o dia do Juízo final, muita gente vai entrar na contra-mão da estrada que leva os crédulos ao que chamam de céu. Muita gente vai entrar num beco sem saída. Inclusive os pastores do rebanho das inúmeras ovelhas contribuintes.
Jesus é vida
Libertar Jesus de Nazaré de seus algozes de ontem e de hoje é tarefa urgente e inadiável, mas não é fácil a turma da caridade é forte e organizada, tem tentáculos em tudo que é lugar e meio, conhecem os caminhos da tentação, fizeram até orações para aliviar as maldades e suavizarem o calor do fogo do inferno. Afinal, compreenderam que a carne é fraca.
Lembre-se a canalhado do sinédrio continua viva e sedenta do sangue de Cristo.
Eu prefiro Jesus de Nazaré e você?
Feliz Natal.
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