sábado, 13 de fevereiro de 2010

O PT e os novos polos - 1ª parte.

Artigo de autoria do jornalista Vicente Serejo, publicado no Jornal de Hoje(12.02.2010), na coluna Cena Urbana, página 11/Diversão e Arte.

A alinça PDT-PCdoB, unindo num mesmo discurso o ex-prefeito Carlos Eduardo e os socialistas de bandeira histórica, pode não ser uma garantia de sucesso eleitoral, mas vai ser a força capaz de fixar outra vez e revelar os polos conservador e progressista. Se é que ainda é possível admitir que todos os nossos políticos não são grãos de uma farinha do mesmo saco, eles que trocam de posição e de discurso num escambo feito de intereses.

Nos anos de chumbo, o bipartidarismo impôs o fim do pluripartidarismo de idéias e ideologias na busca carimbar os que eram contra e a favor do governo militar, mas teve um mérito, pelo menos, e mesmo que indesejado: deu nitidez às posições políticas num modelo que não era democrático, mas evitava os trânsfugas oportunistas. Veio a redemocratização e devolveu o pluripartidarismo e, à sua sombra, um mercado de siglas feito propriedades.

Foi nesse clima que o PT nasceu. Seu sindicalismo socialista agradou as forças mais progressistas da igreja católica - afinal não praticam o ateísmo comunista como princípio - e deu ao sindicalismo brasileiro, sem dúvida, um perfil ideológico que serviu como base partidária. Livrando a classe operária do sindicalismo de resultados sempre tão propício ao peleguismo, como no populismo de Getúlio Vargas a encobrir a ditadura do Estado Novo.

O sectarismo foi a sua primeira tinta. Nem mesmo o PMDB, seu maior e principal aliado de hoje, cabia no estreito caminho do seu purismo amador. Fez greve, elegeu seus vereadores, deputados e senadores, até que nasceu, como não poderia deixar de ser, a flor da ambição: perdeu três vezes a disputa para presidir o Brasil, mas finalmente chegou com Lula, um grande líder popular, mas também fascinado pelas multidões fáceis do populismo.


Amanhã 14/02, publicarei a 2ª parte/última.

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