Ao descobrir a política de aliança que tanto renegou, para se manter no governo sem sustos, destruiu as porteiras. Vieram Antônio Carlos Magalhães, José Sarney e Fernando Collor, a trilogia que antes para os petistas eram o escárnio da política. É tanto que Dilma Roussef, com seu passado de guerrilheira da luta armada, já não nega o sorriso alvar aos novos aliados. Enfrentá-los é correr o risco de perder o poder, o mais desastroso dos erros.
No Rio Grande do Norte não foi diferente. O PT tornou-se aliado daqueles que mais condenava sem perdão - Wilma de Faria e Garibaldi Filho. A mesma Wilma que proibira no palanque de Luiza Erundina e de quem cobrou honestidade e seriedade tentando eleger Fátima Bezerra prefeita. O mesmo Garibaldi de quem cobrara a destinação dos milhões da venda da cosern, numa agressão flagrante ao passado e tudo para renovar os seus mandatos.
Agora, mais do que nunca, esse oportunimo petista fica evidente nas páginas dos jornais quando o partido não só renega a companhia do PCdoB, seu aliado histórico e hoje desprezado por não ter estrutura e máquina, como improvisa um candidato a senador só para justificar a prioridade partidária. Pior: nega apoiar o ex-prefeito Carlos Eduardo que pode não ser um progressista, mas foi seu aliado e fez nascer a candidatura de Fátima Bezerra.
É o mesmo processo de deterioração ideológica que vai corroendo o PT nacional. O pretexto ao apoio a Wilma de Faria justifica tudo. O PT sabe que se na eleição passada foi difícil a renovação do seus dois mandatos na Assembléia e na Câmara Federal, e viu a sua presença ser banida da Câmara Municipal de Natal, agora seria impossível sem a máquina do governo. Aderiu aos conservadores e no seu gesto fez nascer um pólo progressista que, embora pequeno, pode crescer no calor da luta denunciando a farsa nas eleições deste ano.
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