Grito
Não. Não sairei sem grito.
Minha voz nesse dia subirá.
E eu erguerei também.
Solitária.
Definida.
As portas adormecidas abrirão passagem para o mundo.
Meus sonhos, meus fantasmas,
meus exércitos derrotados,
sacudirão o exército de coração
e as máscaras de piedade compungidas.
Dispensarei as rosas, as violetas,
os absurdos véu sobre mu rosto.
Serei eu mesma.
Estarei inteira sobre a mesa.
As mãos vazias e cripadas,
olhos acordados,
a boca vincada
de amargor.
Não. Não irei sem grito.
Abram as portas adormecidas,
levantem as cortinas,
abaixem as vozes-
e as máscaras-
que eu vou sair inteira.Eu mesma. Solitária.
Definida.
(O Grito, de O Coração Descoberto - 1961).
Lila Rippol-poeta gaúcha - militante Comunista.
A seleção desta poesia foi de Lúcia de Fátima(Lucinha....... lá de Caicó/RN). Valeu pela colaboração.
domingo, 18 de março de 2012
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