Mulheres que contribuíram com a formação e o desenvolvimento do Brasil
IDA MARINHO REGO ( 1894-1961) Educadora
Nasceu em 16 de maio de 1894 em Recife(PE). Filha de Maria Marinho Rego e José Joaquim Dias do Rego. Era professora e casou-se em 1921 com o músico carioca Nelson Ferreira da Paixão. Viveram em Recife e tiveram cinco filhos: Doris, Ivanise, Mauro, Flávio e Márcia.
Nelson levava uma vida boemia, participando pouco das responsabilidades familiares, deixando inclusive de ajudar financeiramente nas despesas da casa. Em 1929 viajou paras Manaus acompanhando um grupo de coristas. Após seis meses de ausência e sentindo-se abandonada, Ida entrou na Justiça com um pedido de desquite litigioso. Nelson retornou de sua excursão e soube do resultado do processo, que deu ganho de causa a Ida, na época bastante noticiado pela imprensa pernambucana. Abandonou Recife e voltou para o Rio de Janeiro.
No ano de 1933, logo após a conquista do voto feminino, o jornal Diário de Pernambuco solicitou a opinião de algumas pessoas a respeito do perfil da mulher pernambucana que deveria representar o estado na Assembléia Constituinte de 1934. Ida foi uma das entrevistadas e manifestou suas opiniões, bastante avançadas para a época, dizendo que desejava para a mulher a mesma liberdade que procurava para si mesma. Criticou os que não aceitavam a participação feminina nos diferentes setores da sociedade. Sobre os requisitos indispensáveis a uma candidata, afirmou que iria escolher para representante uma mulher habituada às lutas e que soubesse aproveitar seus talentos para conquistar a igualdade que reivindicavam. Ida não se candidatou, mas seus pronunciamentos provocaram uma longa discussão na imprensa sobre a importância da participação da mulher em todas as àreas.
Como educadora, dirigiu, na década de 30, a Escola Técnico-Profissional Masculina, localizada no bairro Encruzilhada, em Recife, cargo que ocupou até a ascensão do Estado Novo em 1937, quando foi afastada. No tempo em que esteve à frente da escola, representou-a em diversas feiras e exposições estaduais. Além disso, coordenou a Cruzada da Educação pernambucana, a Federação de Escoteiros de Pernambuco e foi a representante estadual no V Congresso de Educação.
Em 1946, foi reintegrada à diretoria da Escola Técnico-Profissional Masculina, onde ficou por mais alguns anos, até aposentar-se.
Faleceu em 1º de maio de 1961.
Fonte: Idas Marinho Rego, Madeiras de Pernambuco; Entrevista com Cláudia Loureiro, concedida a Carmem Aveal em 8.2.2000.